Greg Graffin diz que show com apagão em Santos foi um dos mais marcantes do Bad Religion no Brasil
08/09/2025
(Foto: Reprodução) Vocalista Greg Graffin diz que show em Santos (à dir.) foi um dos mais memoráveis no Brasil
Leo Franco/AgNews e Reprodução
O vocalista Greg Graffin, da banda californiana Bad Religion, relembrou o show realizado em Santos (SP) durante um apagão nacional em 1999 anos como uma das apresentações mais marcantes do grupo no Brasil. A declaração, feita após a apresentação da banda no festival The Town, em São Paulo, no domingo (7), reacendeu memórias entre fãs que estavam presentes na noite histórica.
A apresentação aconteceu em 11 de março daquele ano, na extinta casa de shows Jump, no Morro da Nova Cintra. Na ocasião, um blecaute atingiu diversos estados do país e quase impediu o grupo de subir ao palco. Mesmo com duas horas de atraso e sem energia elétrica, o público permaneceu no local, aguardando o retorno da luz.
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Segundo Greg, a banda já estava se preparando para deixar o local quando a energia voltou, disse o vocalista em entrevista à Rádio Rock. O grupo então subiu ao palco e transformou a noite em um dos momentos mais intensos da carreira.
"Havia milhares de pessoas que disseram que a Bad Religion não seria capaz de tocar, porque não havia energia. Todo mundo estava ficando chateado, começando a vaiar, e nós estávamos no ônibus, saindo do lugar, quando a energia voltou, e nós retornamos para fazer o show. Ninguém foi embora", disse Greg.
Bad Religion se apresenta no The Town 2025
Leo Franco/AgNews
Técnico relembra correria após volta da energia
O gerente de hotel Adriano de Souza, de 46 anos, trabalhava na empresa que forneceu os equipamentos de som para o evento. Ele não conhecia o grupo, mas se tornou admirador da banda após o episódio.
"Achei que não iria ter show, quando, de repente, a luz voltou. Foi aquela correria para montar tudo de novo, foi uma loucura. Eu não conhecia a banda, mas passei a acompanhar eles depois desse show, até pela atitude deles, que retornaram”, explicou Souza.
Fã descobre anos depois que marido também esteve no show
Bad Religion toca 21st Century (Digital Boy) no The Town
A vendedora Carla Magalhães tinha 17 anos à época. Fã da banda, ela estava com uma amiga aguardando ansiosamente a apresentação, quando foi surpreendida pelo blecaute. “Estávamos lá, e naquela época, sem tecnologia nenhuma, nem relógio de pulso usava. De repente, um apagão. A galera curtiu no momento, mas depois que viram que não voltava, começou a revolta".
Ela lembrou de ter ficado sentada inventando brincadeiras para passar o tempo. "Para a gente, ir embora não era opção". Eu me negava aceitar que o show não rolaria [...] Vê-los no palco foi incrível. Depois disso, eu também fui em outros shows deles, mas nunca foi como esse”, afirmou.
Carla Magalhães era adolescente e solteira na época do show. Ela só se casou sete anos depois, em 2006, quando descobriu que o marido também havia assistido à apresentação da banda. “Descobrimos que ele também estava lá. Na verdade, fomos a muitos lugares em comum e não nos conhecíamos”, contou.
Músico destacou a proximidade com a banda no palco
Antes de se tornar músico e se mudar para São Paulo, João Augusto Sapia, de 48 anos, assistiu ao show ao lado de dois colegas da faculdade. Ele contou que o evento foi marcante não só pelo apagão, mas pela proximidade com a banda.
“Teve interação entre a gente e o Greg, porque ele conseguia ouvir o que a gente falava na plateia. Pedimos músicas e os caras tocaram”. O músico destacou o ‘tom premonitório’ do grupo, que abordava em suas letras os impactos da revolução tecnológica antes mesmo de ela acontecer.
"Acho que foi bastante marcante para mim, não só por ter sido público, mas por depois ter me tornado também músico. Ver essa interação entre as pessoas e a banda e ter esse sentido de que a gente compartilha de uma mesma ideia, de uma mesma sensibilidade”, finalizou.
Bad Religion entoa o clássico 'American Jesus' no The Town
The Town
O Bad Religion deixou claro que foi uma boa escolha para o lugar do Sex Pistols, que cancelou a vinda ao festival de última hora, após o guitarrista Steve Jones quebrar o pulso. “Há uma semana estávamos de férias, mas essas são férias diferentes”, comparou o vocalista Greg Graffin, no começo.
Clássicos como “21st Century (Digital Boy)” e “American Jesus” foram os trunfos para movimentar a massa de camisas pretas no The Town, em mais uma noite que entrou para a longa história do Bad Religion no Brasil.
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